Um dos quais refere-se à situação de um amigo. Daqueles amigos que é amigo sem nos conhecermos pessoalmente. As maravilhas das tecnologias.
Alberto Lario é um nascido em Moçambique (há muitos anos) que cedo veio para Portugal (na altura em que Moçambique ainda era colónia). Por aqui fez a sua vida e, carpinteiro, teve sempre uma paixão, também, pelo atletismo. Sem nunca ter sido atleta, sempre se interessou pelo fenómeno do treino e foi nessa vertente que aprofundou os seus conhecimentos.
Depois de uma vida vivida, com os filhos criados e já avô, decide voltar à terra que o viu nascer, Moçambique e lá, inserido na Associação Portuguesa de Atletismo, começou a fazer aquilo que era a sua paixão: captar talentos para o atletismo e, trazendo-os para a Capital, Maputo, treiná-los para serem os melhores atletas possíveis, dentro das suas capacidades, anteriormente detetadas, e das condições oferecidas.
Como em tudo na vida, muitas vezes a vontade é melhor do que as condições oferecidas, e Moçambique tem muitas defeciencias a nível de infraestruuras desportivas e meios para potenciar mais os treinos. Ainda assim a AP, sempre disponível a ajudar o seu treinador e o grande altruísmo de Alberto Lario que tira do seu bolso para ajudar os seus atletas foram suprindo as faltas de condições oferecidas, desde sempre, pelo país (não só ao atletismo como ao desporto em geral) e pela federação.
Kamal Badrú apareceu como o "cristo" salvador da Federação Moçambicana de Atletismo há coisa de mais ou menos um ano (ou menos), mas rapidamente se percebeu que pouco ou nada percebe de atletismo, se percebe alguma coisa, não quer saber do atletismo da sua terra e que apenas queria o cargo de Presidente da Federação para se servir dele e não para servir, nem a Federação, nem o Atletismo.
Alberto Lario rapidamente perebeu que Kamal Badrú o tinha enganado também a ele. E ainda mais rapidamente começou a revelar os seus jogos, os seus interesses pessoais e as suas incapacidades para ser presidente daquele órgão.
Alberto Lario tinha um telhado de vidro. Desde que chegou a Moçambique tinha pedido a nacionalidade (a qual tem direito por ser nascido ali e com papéis de comprovam isso). Seis anos à espera; Seis anos e o seus pedido já passou por todos os departamentos do estado sem nunca se dar uma resposta positiva. Alberto Lario decidiu não renovar a sua residência aguardando pela decisão da sua nacionalidade a qual, repito, tem direito em pleno. Ele é Moçambicano. Ele escolheu Moçambique para desenvolver o seu trabalho. Tem perdido dinheiro nesse processo. Não foi tentar ganhar com isso mas ajudar a sua terra a desenvolver uma modalidade que lhe é tão querida. E tem tido sucesso.
Apenas atletas da AP, trenados por Alberto Lario vão estar presentes no Mundial de Juniores, em Agosto na Colômbia, e no jogos da Commonwealth. Mais nenhuns. ALBERTO LÁRIO, É, ACTUALMENTE, O MELHOR TREINADOR DE ATLETISMO DE MOÇAMBIQUE.
Mas teve a "insensatez" de apontar os interesses escondidos (à vista de todos) de Kamal... Que "louco" este Alberto, não é.
Num ato cobarde, o Presidente da Federação Moçambicana de Atletismo de Moçambique preferiu fazer sobressair o seu orgulho de homem do que valorizar o seu desporto na sua terra e denunciar a ilegalidade de um visto de residência em falta em vez de tentar ajudar o seu MELHOR TREINADOR a obter a sua cidadania. Por mero orgulho ferido de ver exposto publicamente a sua agenda de se servir do cargo de detinha (sim, passado) em vez de servir o atletismo do seu país através do cargo de ganhou democraticamente.
Saiu o tiro pela culatra. Provavelmente Alberto ainda sairá com sua cidadania de tudo isto e Kamal será lembrado como o Presidente que quase destruiu o Atletismo do seu país.
O que é que um português que nunca teve em Moçambique tem a ver com isto? Provavelmente nada. Mas valorizo muito a amizade que tenho com Alberto Lario e detesto ver injustiças e corrupção a prejudicarem pessoas de valor em qualquer parte do mundo.
Alberto Lario, Todos nós que o conhecemos aqui em Portugal estamos a torcer por si e pelo atletismo Moçambicano e sabemos que vai vencer.
Pedro Gama
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