Também é certo que no mundo existirá sempre alguém menos capaz, mais preguiçoso, que não vai aprofundar mais nem saber mais do que aquilo que sempre soube.
Não há melhores eternos nem piores perenes
Bem sei que vivemos numa sociedade em que falar em piores ou melhores se tornou quase politicamente incorrecto. É o que nos mostra a política, através da educação, com a sua tentativa, cada vez maior, de nos querer fazer acreditar que todos devemos ser recompensados de igual maneira apesar de os resultados alcançados serem distintos. Não é justo e é tudo... menos "educativo" educar as sociedades assim.
Assim seria como que dar uma medalha de ouro a todos os que terminarem uma maratona, independentemente do tempo feito.
Não me entendam mal: participar, estar lá, de forma empenhada é de um valor enorme. Mas não podemos dizer que são todos iguais. O mérito (acima de tudo o mérito) tem de ser recompensado. Para os que o merecem manterem a motivação para continuar a mostrar bons resultados e, aqueles que não os alcançaram ainda, tenham o exemplo do que é preciso para atingir o mérito. Sempre assim foi e assim deveria continuar a ser.
Andamos a iludir uma sociedade de que não é preciso esforço, não é preciso trabalho, de que não preciso treino... treino... treino.
O desporto tem esse dom; O dom de nos mostrar que sem trabalho nada se alcança. Só em Portugal: Telma Monteiro, Miguel Oliveira, Ricardinho, Madjer, Mourinho, Leonardo Jardim, os nossos atletas de saltos de trampolim, os nossos mesa tenistas, os nossos ciclistas.... Querem mais??? Podíamos falar de tantos, tantos... (e nem mencionei aquele de que todos falam, sempre)
Um outro aspecto que vem da nossa matriz cristã enquanto sociedade: saber muito não chega. Poderia ser o mais sábio de todos. Mas se não praticares… de nada te serve o conhecimento. E podes cair no erro de, achando-te mais sábio, teres perdido o tempo da tua vida sem deixar legado, porque nunca te abriste à sabedoria rústica do outro que praticou mais do que tu, apesar de saber menos do que sabes.
Também no desporto aqueles que andam por dentro, todos os dias, a aprender na experiência aquilo que, muitas vezes, não se aprende nos livros. E podem não ter cartões, cédulas e certificados... Cursos internacionais… mas têm o reconhecimento do trabalho feito, bem feito e que deixa legado para futuro.
Comentários
Enviar um comentário