Opinião - Quando o profissionalismo não significa milhões - Por Pedro Gama

 Este será um tema a debater no Podcast "Gang da Bola" (OUÇA AQUI) numa das nossas próximas edições mas a menção, entre nós, deste tema e fez-me recordar duas ou três coisas que penso desde há muitos anos sobre aquilo que é a "indústria" do futebol. 

Existe um fosso enorme entre aquilo que é o futebol mundial e o futebol de elite no mundo. Quanto mais vamos tentando olhar para o clubes das nossas terras, até acompanhando essas equipas e vendo alguns, ou todos os seus, jogos, rapidamente nos apercebemos da imensa qualidade que existe por campeonatos amadores e semi-profissionais; mesmo entre profissionais, a maioria dos atletas são pagos (alguns quando são) com valores muito abaixo dos milhões que nos "empanturram" os olhos, todos os dias na televisão. 

O futebol tornou-se uma bola de cristal fechada,em que entram aqueles 200 ou 300 clubes do mundo inteiro, esquecendo-nos nós dos outros 3000 ou 30000 clubes e dos outros milhões de futebolistas que, tantas vezes a suas custas pessoais, sacrificam a sua vida para poder fazer aquilo que mais gostam, por amor ao futebol, à sua terra, ao seu clube.

Os jovens de hoje em dia não podem deixar-se levar na "carruagem de abóbora", olhar apenas para o "fogo de artíficio" e perceber que, nem sempre aquilo que amamos fazer vai ser o nosso sustento mas que lhes deve ser dado valor igual ao de um jogador que ganhe milhões de euros por mês. O valor não se deve medir pelos ordenados, porque por vezes nem todos têm acesso às mesmas oportunidades... e mesmo que tivessem, não poderia todos ficar no nível dos milhões.

Por isso digo: O futebol deve ser jogado com amor e com prazer... quando passa a ser dinheiro, óptimo para quem o recebe... mas sem o amor e o prazer presentes... o futebol deixa de ser magia e passa a ser, apenas, negócio.

Por Pedro Gama

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